sexta-feira, 31 de maio de 2019

Pilatus (conto/pré-roteiro)

DESAFIO A MENINA QUE ROUBAVA MELODIAS • GRUPO CANETA TINTEIRO


Use a música deste vídeo como referência nos tempos:
https://youtu.be/V1CUDKPm4x0
Obs: tem sons bem baixos, aconselho escutar com fones.


00:00 - No meio do mar vemos muitas ondas, pequenas, porém em grande número. Percebe-se pelo som que estão batendo em algo.
00:14 - Era o casco do barco de um barco, de madeira bem rústica artesanal.
00:21 - Mais acima, no convés, há pessoas, famílias conversando e se alimentando. Todos parecem desanimados, famintos e alguns até doentes. Um homem entalha um risco cruzado entre outros quatro, haviam muitos mais desses símbolos no mesmo local, dando a entender o longo tempo que eles estão no navio. Dentre as famílias, uma se destaca com um garoto muito agitado comparado com as demais pessoas. A mãe dele está lhe dando comida, alguns grãos, mas o menino não para quieto.
01:02 - Passando ao comando do barco, o capitão está em seu posto no timão e vários homens estão à sua volta trabalhando. De forma bem séria, o chefe dá ordens a todos.
01:29 - Um garotinho animado chega no capitão e puxa seu sobretudo. Com um belo sorriso parece estar chamando o homem para brincar, mas acaba tomando uma resposta negativa apontando para voltar ao local onde estão as famílias.
01:48 - O garoto segue a ordem e volta desapontado, vai com passos vagarosos e tristonhos. Então sua mãe o abraça e pega no colo.
02:12 - As ondas começam a ficar fortes e o céu fica escuro, começa a chover e todos buscam abrigo às pressas.
02:32 - A chuva se intensifica e uma grande tempestade começa! É tão forte que parece que o barco não vai aguentar, no entanto o capitão enfrenta a chuva e mantém seu posto no timão.
02:49 - A tempestade diminui e vai parando aos poucos.
03:01 - Raios de sol vão surgindo entre as nuvens e iluminando aqueles que se mantiveram trabalhando no convés.
03:11 - Então, olhando para o horizonte eles veem terra à vista! O capitão grita as boas novas e todos comemoram! Logo começam os preparativos para atracar o barco.
03:22 - As pessoas descem do barco muito felizes pela terra nova.
03:33 - A construção de uma vila começa e segue bem acelerada.
03:43 - O garoto agitado do barco corre levando consigo ferramentas dos trabalhadores que o perseguem.
03:49 - A vila já está bem construída e as plantações começam.
03:58 - O travesso volta com suas brincadeiras espalhando sementes no meio de uma horta com um grande grupo de pássaros o seguindo.
04:04 - O capitão do barco, agora líder daquele povo, encontra o garoto e lhe dá uma bela bronca. Mais tarde, em casa, sua mãe também lhe dá palmadas em seu bumbum.
04:22 - Sendo colocado nos eixos, o menino cresce aprendendo a colaborar com as pessoas da vila.
04:34 - Ele aprende a lutar e liderar pessoas.
04:45 - Seu pai, o já velho, passa a liderança da vila ao grande homem que o garoto traquina se tornou.
04:58 - Nosso protagonista se casa e constitui uma família, tudo parece tranquilo...
05:10 - Até que um grande dragão vermelho sobrevoa a vila e espalha seu fogo. A pessoas entram em desespero, o fogo consome parte da vila muito rápido.
05:39 - Em uma reunião, as pessoas discutem o ocorrido e tomam a decisão de caçar o dragão.
06:09 - Um árduo treinamento de homens é feito e armas e armaduras são forjadas.
06:26 - Os homens marcham para a montanha rumo ao combate, passam por diversas dificuldades no percurso, como ataques de animais e lugares estreitos e altos.
06:54 - Finalmente eles encontram o dragão!
06:57 - O combate começa, todos os homens atacam juntos, mas o dragão só recua, parece estar na defensiva. Até que um dos homens encontra um ninho e tenta avançar nele.
07:09 - Então o dragão se enfurece e começa a atacar, seus golpes são muito fortes.
07:16 - Uma chacina acontece, muitos homens são mortos com poucos golpes do dragão.
07:33 - Logo sobra apenas o líder da vila de pé e o dragão vai em sua direção.
07:39 - O homem é muito ágil e consegue sair vivo desviando de boa parte dos golpes e se aproximando do dragão.
07:47 - Ele, já muito machucado e cansado, consegue fincar a espada no peito do dragão, que cai no chão.
07:54 - Olhando em volta vê todos seus amigos mortos. Lembra que todos tem uma família para voltar, assim como ele. Então caí de joelhos e chora.
08:10 - Do ninho do dragão saem pequenos dragões azuis que se debruçam aos pés do dragão caído e ele se transforma em uma linda mulher* de vestido branco.
08:46 - Ela ergue os braços e brilhos caem por todo o local. Os homens vão se levantando, felizes por estarem vivos e curados.
09:09 - Todos marcham de volta para a vila e reencontram suas famílias.
09:31 - O dragão, agora azul, passa sobrevoando a vila de forma amigável e as pessoas o saúdam de longe, parecem gostar dele.
09:45 - Então o dragão volta para as montanhas terminando o conto de Pilatus, a montanha dos dragões.






*Obs: Não é a Julia Roberts e até eu estou confuso com essa cena.

sexta-feira, 29 de março de 2019

Você é o culpado de tudo!

Talvez você, assim como eu, assistia Chaves nas tardes vazias depois de chegar da escola e almoçar. Se esse for o caso, com certeza deve ter assistido o episódio “Estatísticas”. Neste episódio, em certo momento, o professor Girafales tenta dar uma explicação sobre como as estatísticas funcionam e diz ao Quico: “Sabia que cada vez que o Chaves respira, morre uma pessoa na China?”. Obviamente apenas um exemplo bem exagerado… Ou talvez nem tanto.
Sabe aquela famosa frase “O bater de asas de uma simples borboleta pode causar um tufão do outro lado do mundo”? Ela representa a Teoria do Caos, onde a menor mudança em um elemento de um sistema pode gerar grandes consequências a longo prazo. Considerando nosso mundo como o sistema, a consequência de algo pequeno como a respiração do Chaves pode sim gerar a morte de chineses em uma longa cadeia de acontecimentos.
Nós podemos ir além e pensar em algo ainda maior: cada mínimo detalhe do universo gera infinitas consequências. Sabe o que isso significa? Que você tem certo grau de culpa em tudo o que acontece no universo. Você está achando essa viagem mental pesada demais? Calma, calma… Dá para ficar pior.
Se você tem um "diploma de conhecimento científico intenético", talvez conheça o experimento imaginário do “gato de Shöddinger”, certo? Vamos abordar menos o desejo de ter um gato zombie e mais as conclusões do experimento que dizem que o estado de uma partícula só é definido quando passa a ser observada. Sabendo disso, você como bom observador está definindo todo o estado de tudo a sua volta.
Acha que eu peguei pesado nessa dedução? Desculpa te informar, mas René Descartes concorda comigo, mesmo sem ter tido a chance de conhecer a física quântica. Afinal ele é o autor da frase “Penso, logo existo”. Para chegar nesta conclusão, nosso amigo René utilizou de suas “Meditações Metafísicas”, considerando tudo que possa ser duvidável como inexistente, e chegou a conclusão que a única coisa que podemos comprovar existência é nossa própria consciência.
Sendo assim, se tudo que nos envolve depende de nós mesmos para existir, a culpa da existência de todo um universo só pode ser atribuída a uma consciência que o reconhece.