sexta-feira, 29 de março de 2019

Você é o culpado de tudo!

Talvez você, assim como eu, assistia Chaves nas tardes vazias depois de chegar da escola e almoçar. Se esse for o caso, com certeza deve ter assistido o episódio “Estatísticas”. Neste episódio, em certo momento, o professor Girafales tenta dar uma explicação sobre como as estatísticas funcionam e diz ao Quico: “Sabia que cada vez que o Chaves respira, morre uma pessoa na China?”. Obviamente apenas um exemplo bem exagerado… Ou talvez nem tanto.
Sabe aquela famosa frase “O bater de asas de uma simples borboleta pode causar um tufão do outro lado do mundo”? Ela representa a Teoria do Caos, onde a menor mudança em um elemento de um sistema pode gerar grandes consequências a longo prazo. Considerando nosso mundo como o sistema, a consequência de algo pequeno como a respiração do Chaves pode sim gerar a morte de chineses em uma longa cadeia de acontecimentos.
Nós podemos ir além e pensar em algo ainda maior: cada mínimo detalhe do universo gera infinitas consequências. Sabe o que isso significa? Que você tem certo grau de culpa em tudo o que acontece no universo. Você está achando essa viagem mental pesada demais? Calma, calma… Dá para ficar pior.
Se você tem um "diploma de conhecimento científico intenético", talvez conheça o experimento imaginário do “gato de Shöddinger”, certo? Vamos abordar menos o desejo de ter um gato zombie e mais as conclusões do experimento que dizem que o estado de uma partícula só é definido quando passa a ser observada. Sabendo disso, você como bom observador está definindo todo o estado de tudo a sua volta.
Acha que eu peguei pesado nessa dedução? Desculpa te informar, mas René Descartes concorda comigo, mesmo sem ter tido a chance de conhecer a física quântica. Afinal ele é o autor da frase “Penso, logo existo”. Para chegar nesta conclusão, nosso amigo René utilizou de suas “Meditações Metafísicas”, considerando tudo que possa ser duvidável como inexistente, e chegou a conclusão que a única coisa que podemos comprovar existência é nossa própria consciência.
Sendo assim, se tudo que nos envolve depende de nós mesmos para existir, a culpa da existência de todo um universo só pode ser atribuída a uma consciência que o reconhece.